quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Não pare na pista

É muito cedo pra você se acostumar...

A Universidade Pública vem sofrendo os mais diversos ataques. Estamos presenciando sua privatização e, com isso, a queda na qualidade da educação. O governo Lula e o governador José Serra fiéis aos planos neoliberais, ao mesmo tempo, que impõem uma grande repressão aos estudantes, aplicam medidas que visam acabar com a autonomia das Universidades Públicas e com o próprio caráter público das instituições. É o que observamos em medidas como o REUNI, os Decretos de Serra em 2007 e as novas Leis paulistas.
Nossa tese busca justamente discutir esse cenário e apontar alternativas dos estudantes e dos trabalhadores para garantir a manutenção e a melhoria da Universidade. Nesse sentido, o movimento estudantil desempenhou e deve continuar desempenhando um importante papel: cabe a esse movimento, através de suas lutas e de sua organização mudar os rumos que o neoliberalismo quer impor à Universidade. Cabe ao movimento estudantil, em aliança com os professores e funcionários escrever a história da Universidade sobre novos patamares.
A lição dada pelos estudantes durante o período da ditadura militar por suas lutas incansáveis, o exemplo das lutas do maio de 68 francês e os atuais enfrentamentos dos estudantes da Bolívia e do Brasil devem seguir como referências para a derrota dos governos de plantão e para a construção da Universidade que queremos.
A história da Universidade é também a história de suas lutas, que garantiram e garantem a existência da educação superior pública até os dias atuais. Cabe aos estudantes de hoje fazer parte dessa história e conquistar uma Universidade, de fato, pública, gratuita, de qualidade e a serviço dos setores mais pobres e explorados da população! MÃOS À OBRA!

O que é o neoliberalismo na educação?

As políticas educacionais que Lula tem determinado para todo o pais e que Serra acata sem problemas são, nada mais nada menos, do que as linhas traçadas pelos países imperialistas no Consenso de Washington. Neste modelo, o Estado deixa de garantir o acesso pleno da população e permite que a educação fique na mão do mercado.
Plano de Desenvolvimento Institucional da Unesp – faz parte da Reforma Universitária e consiste em um planejamento decenal que elabora diretrizes para a UNESP. Destacamos do PDI as seguintes propostas:.
Aumento de vagas sem aumento de verbas, implementação massiva do EaD (Ensino a Distância), e flexibilização do contrato de professores em RDIDP (Regime de Dedicação Integral a Docência e a Pesquisa);
Captação de financiamento externo com incentivo às PPP’s (Parcerias Público-Privadas) e aos Núcleos de Inovação Tecnológica;
Extinção dos departamentos, com o intuito
de agilizar a entrada de medidas como o PDI na Universidade via Congregação·.
Com o PDI, a Unesp avançaria no sentido das instituições que separam ensino, pesquisa e extensão, que privatizam a pesquisa e aplicam um modelo de gestão empresarial, com o intuito de compor instituições voltadas à profissionalização e à rápida inserção no mercado de trabalho. De outro lado existiriam centros de excelência – produtores de pesquisa voltada aos interesses dos grupos privados financiadores. A aprovação da UNIVESP, Universidade Virtual do Estado de São Paulo, com a abertura de 5000 vagas para a pedagogia na UNESP, acentua ainda mais esse processo.
Os estudantes precisam dizer não a estes projetos, e defender o caráter público, a autonomia acadêmica, e a qualidade da UNESP!

Lei Paulista

No dia 20/06 foi aprovada pelo governador José Serra a Lei Complementar 1.049, que estabelece medidas de incentivo à “inovação tecnológica” e regulamenta parcerias do tipo público-privado em todas as Universidades. A lei obriga, entre outras coisas, a existência de Núcleos de Inovação Tecnológica, órgão responsável por gerir a política de inovação nas universidades, e a mudança do papel da Fapesp, tornando-a sócia de empresas privadas, com parte em seus lucros e incentivando que ela aplique na bolsa de valores. Por acarretar mudanças na forma de financiamento da Universidade, além de constituir um importante passo no sentido de sua privatização, a chamada Lei Paulista também é um ataque à sua autonomia, uma vez que a partir de sua implementação o poder de decisão sobre os rumos das pesquisas realizadas no interior da Universidade fica nas mãos de quem as financia. Além isso, a lei regulamenta o patenteamento dos resultados das pesquisas, o que significa que a pesquisa que utiliza a infraestrutura pública terá seus resultados confiscados por interesses privados. Como se não bastasse, como decorrência de sua aplicação, a Lei Paulista também acarreta na diferenciação entre os cursos, o que se dá de duas maneiras: primeiro, na priorização da chamada pesquisa operacional, ou seja, que desenvolve algum produto ou serviço, em detrimento da pesquisa de base; segundo, pela criação de centros de excelência – que fazem pesquisa e que são responsáveis pela formação de profissionais altamente capacitados, e centros de ensino – responsáveis pela formação de profissionais semi-especializados. Neste processo, a UNESP se tornaria um centro de ensino, situação já avançada com o PDI, e a UNIVESP.
Em 2007, Serra apresentou novas táticas para o rompimento do vínculo através de um decreto, que colocou a Unesp e o Ceeteps em secretarias diferentes.
Se conseguir quebrar o vínculo do Centro Paula Souza com a Unesp, o governo abrirá caminho para a privatização, na qual impera a lógica do lucro. Os alunos podem ter que pagar mensalidades, professores e funcionários poderão ser demitidos para “cortar gastos” e vagas e cursos podem ser fechados. O mercado é que manda

Não ao PDI!
Não ao desvínculo da Unesp e Fatec!
Não à UNIVESP!


Repressão... Polícia para quem precisa!

A UNESP vem se destacando como cobaia na aplicação das medidas neoliberais para a educação pública superior. No que toca a nova onda de invasões da tropa de choque e da polícia nos campos universitários, depois de 30 anos em que não se via tal abuso de poder, a UNESP também foi escolhida como pioneira. A ocupação da diretoria do campus de Araraquara foi combatida por mais de 180 policiais e pela tropa de choque. Todos os 92 estudantes que estavam em plenária no local foram presos e passaram a noite nos ônibus cedidos pela prefeitura da cidade, administrada pelo PT.
Depois desse ataque brutal à autonomia universitária, a história se repetiu. Acompanhamos invasões e violência policial na Universidade São Francisco e na Fundação Santo André. Ao mesmo tempo em que os estudantes passam a ser vítimas da repressão do Estado, os trabalhadores e suas organizações passam a sofrer maiores violências da polícia contra seus direitos de luta e de organização.
Não podemos aceitar esse ataque contra a juventude e os trabalhadores que lutam. Os verdadeiros bandidos dessa história são os governos de Lula e Serra que roubam os direitos dos estudantes e dos trabalhadores.
Nenhuma repressão aos movimentos políticos e sociais! Não à criminalização dos movimentos! Fora a polícia dos Campus Universitário

Lutamos porque

Na contramão daquilo que os governos de Lula e de Serra querem fazer com a Universidade, nós estudantes queremos sua manutenção e sua melhoria. Enquanto eles atacam a autonomia e o caráter público da Universidade, os Estudantes lutaram e continuam lutando para garantir o direito à educação.
Precisamos defender um programa conjunto que, antes de mais nada, derrote o REUNI nas Federais e os ataques à autonomia da Universidade que vêm sendo impostos pelos governador José Serra. Só a organização e a luta dos Estudantes, dos funcionários e professores podem derrotar os ataques neoliberais para a educação. Nesse sentido, é fundamental também a democratização dos órgãos colegiados, através da paridade e das eleições diretas para reitor.
Além disso, precisamos imediatamente de aumento de verbas para contratação de novos professores em regime de RDiDP, para investir em infra-estrutura como sala de aulas, laboratórios e livros e para ampliar e promover as pesquisas de caráter público, que possam ser utilizadas para a melhoria de vida da população e não para aumentar os lucros da fundações. O aumento de verbas também é urgente para garantir o direito à permanência estudantil. Precisamos da construção de novos blocos de moradia, da ampliação das bolsas alimentação e das bolsas de estudo em dinheiro, a bolsa BAE, única forma de garantir a permanência dos setores mais pobres da juventude na universidade.
Por outro lado é preciso questionar o acesso à Universidade Pública. A Universidade precisa ser acessível e formar os filhos e filhas da classe trabalhadora, a juventude pobre e negra das favelas e não somente os setores de classe média e da elite.
A Universidade que queremos, portanto, é a que produz conhecimento público, garante boas condições de trabalho para professores e técnico-administrativos, bem como o ensino de qualidade para as camadas exploradas e oprimidas da sociedade, e que seja democrática em todas as suas instâncias.

Mais verbas públicas para a educação pública! Contratação de professores já! Garantia ao acesso e à permanência na Universidade!

O DCE QUE QUEREMOS

O papel de uma entidade como o DCE é fortalecer e unificar o trabalho nas bases. Através de um programa, o DCE também propõem políticas para as bases, que, devem ser decididas democraticamente pelos estudantes. Com a UJS, a juventude do PCdB no DCE, isso não acontecia, já que ela brecava o diálogo com as bases no CEEUF, Conselho das Entidades Estudantis da UNESP e FATEC, e no CEUF, Congresso dos Estudantes da UNESP e FATEC. A política burocrática da UJS afastava o DCE dos estudantes e de suas lutas, tornando o Diretório um balcão de negócios desse grupo.
Com a política de eleição por assembléia de base, a UJS sai de cena. Mas não é resolvido o problema do afastamento do DCE com as bases. Perde-se um instrumento importante de contato com os estudantes que são os das eleições gerais através da disputa de um programa, em troca de uma outra forma de eleição que acabam por aumentar o afastamento dos estudantes com o DCE. Outra conseqüência é que, como o DCE deixa de ser uma entidade e passa a ser uma reunião de representantes por campus, o CEEUF acaba por ser secundarizado em relação à reunião do DCE, que substitui àquele fórum..
Para nós, no momento a prioridade é fortalecer os CA’s e DA’s, inclusive, construindo essas entidades de base onde as mesmas não existem. É também necessário fortalecer o fórum geral das entidades de base, o CEEUF, mantendo a regularidade das reuniões quinzenais. Entendemos que sem uma entidade central com uma linha política precisa, haverá mais dificuldades colocadas para a realização dessa tarefa. Nesse sentido, e já como política de fortalecimento das entidades de base, propomos que seja formada uma comissão composta por CA’s e DA’s para debater e preparar eleições para o DCE


Um passo a frente e você não está mais no mesmo lugar

Em 2007, o ME deu um passo no sentido de resistir à agenda neoliberal dos governos para a Universidade Pública. Este passo foi a greve e as ocupações da USP, Unesp e Unicamp, posteriormente desdobrada nas ocupações das Federais contra o ReUni. A implementação da Reforma Universitária 2007 marcou a retomada da resistência e das lutas contra a precarização e o desmantelamento da Universidade Pública. Neste período, o ME conseguiu marcar suas diferenças em relação a mobilização dos docentes e técnico-administrativos, ao mesmo tempo em que foi o principal propulsor da greve e da unidade entre as três categorias.
São marcas dessa mobilização os intensos debates a respeito da conjuntura da Universidade Pública hoje, sob a política do neoliberalismo implementada pelos governos, pelas Reitorias e demais organismos próprios da estrutura de poder da Universidade. Essa politização se desdobrou na utilização da ação direta com métodos radicalizados como a ocupação das Reitorias e Diretorias, bases das estruturas de poder.
Outra das principais características deste ME está na ruptura com entidades representativas tradicionais, principalmente a UNE, que hoje faz o papel de instrumento do governo na aplicação dos projetos do Consenso de Washington no Brasil, e portanto, atuam contra o ME e a Universidade pública. Em 2007 e 2008, o ME se dá de forma independente dessas estruturas, e inclusive repudia a UNE nos locais em que esta se manifesta.
Além disso, na falta da UNE e no interior da luta, os estudantes buscaram novas formas organizativas que pudessem articular e ampliar o movimento estadual e nacionalmente. Essa necessidade já se fazia notória anteriormente, e gerou a construção da Frente de Luta Contra a Reforma Universitária, que não foi a única forma utilizada. O Comando de Greve das Públicas Paulistas e o Encontro de Públicas na USP, foi uma constante de todo o período, derivada da necessidade de unificar e fortalecer as lutas contra o governo em todo o Estado de São Paulo. Da mesma forma, essa constante se reproduziu nas Federais, atingidas pelo decreto de Lula, o ReUni.
Porém, todas estas formas organizativas foram, com menor ou maior fôlego, limitadas. É necessário que o ME dê um salto organizativo, para consolidar um instrumento que acumule as experiências e os avanços do ultimo período, com o objetivo de ampliar as lutas por uma universidade melhor.
Para nós, do PSTU, este avanço se encontra na formação de uma nova entidade. Porém, entendemos que este debate deve ser realizado amplamente por todo o Movimento Estudantil, por tod@s aqueles que atuaram nas greves e ocupações, e tod@s aqueles que se encontram mobilizados hoje e trazem a discussão do ME. É preciso que as diferentes concepções sobre o ME e de alternativas de organização para o movimento, formuladas pelas correntes, partidos e independentes, se expressem em um grande Congresso Nacional dos Estudantes, a ser construído desde já.
A Unesp e FATEC também devem se inserir fortemente neste processo, através deste Congresso, do DCE, e de cada entidade e fórum de base!

POR UMA NOVA ENTIDADE PARA O MOVIMENTO ESTUDANTIL!!!
TODOS PARA A CONSTRUÇÂO DO CONGRESSO NACIONAL DOS ESTUDANTES!!

Nada será como antes

Com a presença de cerca de 15 entidades do Estado de São Paulo, entre CA’s, coletivos organizados e grêmios, a Plenária Estadual convocada pelo movimento Nada será como antes, formado pela chapa que concorreu ao DEC da USP em 2008, discutiu que para avançarmos no ME, e garantir a permanência da politização das lutas que se deram no último período, é necessário construir formas organizativas que reflitam e sustentem o acumulo dado nos processos de luta, unifiquem o movimento com a perspectiva estratégica de uma Universidade a serviço da classe trabalhadora, e que possam ampliá-lo para os setores mais desmobilizados dos estudantes e encaminhar a unidade com os trabalhadores.
Nesse sentido foi aprovada a construção da corrente estadual paulista Nada Será como Antes, no formato de organização estadual com reuniões estaduais, e organizações locais com reuniões locais; e avançar na Construção do Congresso Nacional em São Paulo.
QUEREMOS AMPLIAR ESSA DISCUSSÂO COM TOD@S @S ESTUDANTES DA UNESP E FATEC!!!!

Opressões

Ao contrário do que se diz, a Universidade não é uma ilha. Dentro dela são encontrados todos os valores e tipos de relação que existem no resto da sociedade. Isso significa, entre outras coisas, que negros e negras, mulheres e pessoas de orientações sexuais diversas sofrem também dentro da Universidade a opressão que sofrem fora dela. Só a luta por uma sociedade socialista e igualitária pode por fim definitivo a essa situação. Porém, a luta contra a opressão deve ocorrer desde já, em conjunto com a luta dos trabalhadores e da juventude. Por isso, defendemos:

Negros e negras

Apenas 2% da população universitária brasileira é negra, estando 70% dessa população nas universidades pagas. Estes dados nada mais mostram senão o resultado de séculos de opressão, marginalização e discriminação do povo negro. A situação diferenciada em que negros e negras se encontram, inclusive no interior da classe trabalhadora, exige políticas específicas. Por isso, defendemos a aplicação de cotas raciais nas Universidades, aplicadas de acordo com a porcentagem de negros e negras existentes nas diferentes regiões do país.

GLBTT


A violência contra quem manifesta comportamentos sexuais diferentes do considerado padrão também está presente nas Universidades. Entretanto, não há qualquer política por parte das instituições no sentido de reverter essa situação. É preciso combater cotidianamente todas as manifestações homofóbicas e de uma educação que aborde a sexualidade, sob seus diversos aspectos, respeitando a diversidade sexual existente.
O Me deve promover, incentivar e apoiar grupos e ações que contribuam para a luta contra o machismo o racismo e a homofobia, uma luta anti-capitalista por atacar suas bases e sua lógica de dividir para reinar.

Mulheres


A luta por moradia, bolsas de auxílio, restaurantes universitários, etc., tem relação com a luta pela permanência do estudante de baixa renda na Universidade. Estudantes com filhos, entretanto, tem seu direito a esses benefícios muitas vezes negado, além de não encontrar por parte da Universidade políticas específicas para a sua condição. As mulheres, como resultado de toda a opressão milenar a que estão submetidas, são as que mais sofrem com isso, uma vez que na maior parte dos casos é sobre elas que cai a responsabilidade pela criação dos filhos. Para garantir permanência estudantil plena, inclusive para as estudantes que são mães, é fundamental que haja creches em todas as Universidades, blocos de moradia que comportem mãe e filho, e que o acesso a essas creches seja garantido.

ASSINAM ESSA TESE:
Camila Alves, Débora Yume, Érika Boaventura, Fernanda, Lara Spoto, Manoela, Natália Conti, Ricardo Polimanti, Taimara Raffaelli, Vitor Nogueira,(ARARQUARA). Manuela Moraes , Fernanda Silva Rodrigues (BAURU) , Júlio Sérgio Siqueira Ghiotto, Alex Henrique Jacinto, Diego Vilanova Rodrigues, Gabriel Gonzales (PRESIDENTE PRUDENTE)


quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Por uma luta coerente e séria!

Tese do CA'b Saber a ser apresentada no XX CEUF, em São José do Rio Preto – outubro de 2008

Diante do atual contexto do movimento estudantil brasileiro e, mais especificamente, do movimento estudantil da UNESP e Fatec, escrevemos esta tese como forma de expressar nossas idéias e opiniões sobre os mesmos, com o intuito de enriquecer os debates sobre as diversas temáticas que possivelmente serão abordadas no Congresso Estudantil da Unesp e Fatec (CEUF) de São José do Rio Preto de outubro de 2008.
Longe de querer, com isto, apontar problemáticas e/ou soluções às questões hoje em voga no Movimento Estudantil (ME) unespiano e fatecano, pretendemos com este texto difundir algumas das discussões e posicionamentos tidos nas reuniões e assembléias de base dos estudantes da Unesp de Ourinhos, representados pelo Centro Acadêmico de Geografia Aziz Ab’Sáber.
Abordaremos aqui assuntos que, embora não encerrem as discussões do movimento estudantil da UNESP e Fatec, têm hoje preponderância nas discussões do mesmo e, segundo entendemos, são as temáticas mais importantes à ação imediata e de médio prazo do DCE e do movimento estudantil dentro da Unesp e Fatec, ainda que tendo conhecimento da necessidade urgente da tomada de políticas e ações de longo prazo por este movimento.
Os temas principalmente abordados serão: a estrutura do DCE, suas implicações no movimento estudantil unificado e na atuação direta; a necessidade de discutir posições e ações quanto ao PDI (Plano de Desenvolvimento Institucional) e a uma possível Assembléia Universitária; a estruturação do ME nas Fatec's e o papel do DCE e das representações locais unespianas nesta estruturação; o acesso à universidade e a permanência estudantil; a reflexão acerca dos campus experimentais e suas condições de existência e funcionamento.


DCE
Em nossas reflexões sobre a estruturação do DCE nos últimos 12 meses e quanto à sua funcionalidade, temos acreditado que o modelo hoje colocado para o DCE é apropriado e funcional, ainda que com algumas falhas. A representação estudantil no DCE por campus possibilita uma grande interação entre o DCE e sua base, tornando-o representativo das múltiplas opiniões, posicionamentos e mesmo correntes políticas presentes na Unesp. Entretanto, é notável sua incipiência quanto à possibilidade de chamar o movimento estudantil fatecano para junto de si, o que é um grave problema. Outro problema de urgente necessidade de reparação é a condição jurídica do DCE. É lógico que a não validação do DCE perante órgãos governamentais não o deslegitima. Entretanto, isto tem sido constantemente usado como argumento pelos setores reacionários para não nos reconhecer como a voz dos estudantes da Unesp e Fatec. Por fim, outra dificuldade tem sido a multiplicidade ideológica presente em sua diretoria, que reflete o caráter multifacetado dos ativistas do movimento estudantil, que por vezes dificulta a tomada de decisões imediatas e posicionamentos fortes.
Acerca da problemática de funcionalidade jurídica do DCE, acreditamos na necessidade de adaptação desta entidade aos meios formais. Não obstante, havemos de ter cautela, pois corremos um grave risco de termos que nos adaptar a burocracia burguesa e, com isso, descaracterizar nosso movimento e torná-lo mera marionete das forças hoje dominantes. Se a reitoria utiliza deste fraco argumento para nos impedir de tomar o lugar que nos pertence por direito, compete a nós exigir que dela partam as despesas necessárias à regularização do DCE. Se necessário, acreditamos que podemos, inclusive, fundar um novo DCE, utilizando o atual modelo, apenas para cumprir trâmites burocráticos e assim evitar mais demora e complicações na nossa atuação dentro da estrutura da Universidade.
Sobre as dificuldades do DCE em articular posições conjuntas, devido à multiplicidade ideológica de seus membros, notamos um caráter por vezes doutrinador e antidemocrático por parte de algumas pessoas de dentro do movimento estudantil Unesp e Fatec, talvez por estas estarem desacostumadas ao sistema de funcionamento hoje vigente no DCE, e condicionadas ao ideário da democracia burguesa na qual todos votam, porém poucos decidem. A antiga estrutura do DCE, por intermédio de porcentagem de chapas, propiciava que uma pseudo-maioria, geralmente dominada por um grupo político financeiramente aparelhado, impusesse de cima para baixo as decisões e políticas da entidade, bem como sua forma de atuação. Hoje, isto não acontece. Se, por um lado, as múltiplas correntes e ideologias presentes no DCE causam certa dificuldade de atuação e unificação, por outro destacamos que, dentro do sistema representativo, isto é o mais próximo que podemos chegar de uma verdadeira democracia. É ilusório crer que a atual estrutura seja democrático-participativa, mas não há como negar que ela permite grande troca de opiniões, e tomada de decisões pautadas em um espectro ideológico amplo e semelhante à totalidade dos discentes ligados ao ativismo do movimento estudantil Unesp e Fatec.
Quanto à questão do movimento estudantil na Fatec, por considerarmos este um tema amplo e que foge à conjuntura do DCE, optamos aqui por tratar do assunto em um tópico a seguir.


Estruturação do movimento estudantil na Fatec

A Fatec e o Centro Paula Souza têm sofrido, seguidamente, ataques à sua estrutura de funcionamento e se afastado, constantemente, do tripé ensino – pesquisa – extensão, que norteia as instituições públicas de ensino superior. Além da notável expansão de vagas irresponsável e eleitoreira, esta instituição está sendo moldada de forma a ignorar os pilares pesquisa e extensão, enquanto que o ensino torna-se cada vez mais tecnicista e mercadológico.
Quando da criação, pelo Governo do Estado, da Secretaria Estadual de Ensino Superior, a Fatec ficou de fora deste órgão, sendo enquadrada como de responsabilidade da Secretaria Estadual de Desenvolvimento. Posteriormente, um novo ataque: a tentativa de desvincular o CEETEPS à Unesp, sem qualquer consulta à comunidade das instituições que compõem o CEETEPS.
E, mesmo diante deste quadro calamitoso, não vemos qualquer mobilização significativa dos estudantes fatecanos. Independente dos motivos que levem a tal apatia, é nosso consenso que a vanguarda do movimento estudantil na Unesp pode, e deve, auxiliar os estudantes da Fatec na estruturação de um movimento próprio. E, se nosso DCE se autodenomina “DCE Unesp/Fatec”, é no mínimo um contra-senso não haver qualquer representante fatecano em sua direção; ainda mais se sabendo que pela atual estrutura da entidade, qualquer campus da Fatec pode eleger um membro para a diretoria do DCE; e o fato se torna mais escandaloso quando constatamos que a Fatec tem mais que o dobro de campus que a Unesp.
Não somos favoráveis nem contraditórios ao desvinculo. Acreditamos apenas que esta discussão deve ser aberta às comunidades da Unesp e da Fatec, e que elas devem opinar e decidir pelo desvinculo ou não.
O DCE deve trazer os estudantes da Fatec para junto de si. Não estamos aqui propondo aqueles velhos chavões do movimento estudantil, que há décadas não surtem efeito algum sobre a base. Propomos que o DCE busque contato com os estudantes da Fatec, estimule a formação de D.As / C.As, confeccione materiais destinados aos discentes fatecanos e ligados às questões da Fatec, reúna-se abertamente com estes discentes, enfim, ajude-os a despertar.
Em Ourinhos, experiência semelhante ocorreu: alguns alunos da Fatec local, interessados em fundarem um D.A, procuraram-nos para obter mais informações sobre o movimento estudantil e como se organizarem. Atualmente, estamos ajudando-os na formação do D.A, cujo processo de construção já está em andamento. Ações como esta, em escala local, são essenciais para que surja qualquer espécie de mobilização popular. Antes de sonharmos com uma revolução mundial, busquemos revolucionar a realidade ao nosso redor imediato. E, em se tratando do movimento estudantil, comecemos por unificar o movimento estudantil da Unesp e da Fatec.


PDI E Assembléia Universitária – Como queremos a Unesp

Outro ponto importante a ser debatido é a futura implementação do PDI pela reitoria da Unesp. Qualquer um que leia atentamente o texto hoje em tramitação nos órgãos colegiados da Unesp nota os visíveis ataques que este modelo de PDI implica à estrutura de nossa Universidade enquanto centro de ensino, pesquisa e extensão. O PDI abre as portas da Unesp para a entrada do neoliberalismo que hoje se infiltra nesta instituição, aos poucos, por intermédio de parcerias público-privadas, cursos à distância e terceirização de serviços públicos.
A Unesp precisa de um plano pelo qual possa se desenvolver solidamente, atentando a seus princípios básicos e buscando atender aos interesses e necessidades do povo que sustenta a ela e ao poder público. O que o PDI propõe é o oposto: entrega a universidade pública nas mãos do grande capital, vendendo-a para bancos e outras empresas privadas sob o falso argumento de que busca a expansão de vagas e a universalização do ensino. Esquece de avisar que esta expansão funcionará por intermédio do sucateamento do ensino superior, através de sua tecnificação e do ensino à distância. O próximo passo, certamente, será a venda de diplomas, tal qual observamos em inúmeras instituições privadas voltadas ao acúmulo e a flexibilização dos lucros.
O PDI da Unesp deve ser o guardião inquebrável da luta pela melhoria e expansão de nossa Universidade e de seus serviços à totalidade da população, por intermédio do Estado de São Paulo como seu mantenedor financeiro, e resguardada sempre sua autonomia política, administrativa e acadêmico-científica. O PDI deve buscar os seguintes objetivos: contratação de docentes em RDIDP e mais funcionários; melhoria dos laboratórios, bibliotecas e infra-estrutura; melhores condições de trabalho e renda ao servidor, seja ele professor ou não; melhor uso e administração das verbas destinadas à Unesp, e pressão sobre o Governo do Estado pelo aumento do repasse do ICMS às Universidades estaduais; expansão do número de vagas, tanto pela criação de novos cursos e campus, quanto pela encampação, por intermédio do Governo do Estado, de universidades particulares que não cumprirem com suas dívidas públicas; ampliação dos serviços públicos de assistência à permanência estudantil com bolsas de estudo, moradias e restaurantes universitários.
Outros pontos de interesse da população e da comunidade acadêmica devem ser abordados no PDI, como a democratização da Unesp pela paridade das decisões colegiadas (proposta defendida pela majoritariedade dos estudantes de Ourinhos, embora admitimos também o sufrágio universal como possibilidade), a expansão dos serviços de extensão universitária e de cursos de formação continuada para professores da rede, por exemplo.
Defendemos a elaboração de uma contra-proposta ao atual modelo de PDI, a ser desenvolvido conjuntamente pelos três setores combativos da Unesp – DCE, Sintunesp e Adunesp – bem como a ampliação de sua discussão mesmo fora da comunidade acadêmica. Defendemos também a convocação de uma ou mais Assembléias Universitárias, de caráter deliberativo, com forte apelo e organização da comunidade acadêmica, através da atuação do DCE e dos demais setores combativos. Esta possibilidade é plenamente cabível, contanto que realizemos uma grande movimentação conscientizadora da base, sem a qual tornar-se-á inútil tal Assembléia.


Acesso e permanência estudantil na Universidade

Este é o ponto que acreditamos ser a mais importante bandeira do movimento estudantil na Unesp, na Fatec, no Estado de São Paulo e no Brasil. Uma luta em diferentes escalas, com um objetivo comum: a defesa da Universidade pública, gratuita e de qualidade, ao alcance de todos.
Enquanto os setores da esquerda marxista-ortodoxa do movimento estudantil vira as costas para a realidade da Universidade pública, rechaçando tudo que não seja a revolução em estado avançado, e brada pela utopia da estatização da universidades particulares, cuja única possibilidade de ocorrer é por via revolucionária – algo visivelmente distante da atual realidade brasileira, – o que ocorre é justamente o inverso: o governo burguês, a serviço do grande capital, escamoteia seguidamente o que resta de público na Universidade, para depois entregá-lo aos bancos e aos grandes investidores.
Então, o que fazer?
Primeiramente, parar os ataques! Impedir que se siga o sucateamento do ensino superior público, lutar pelo que ainda resta. Ao mesmo tempo, levantar propostas e defendê-las, ainda que sabendo que seus efeitos não serão imediatos. Exigir dos governos mais investimentos e autonomia às universidades públicas; e, das reitorias, uma administração coerente, voltada aos interesses populares, democratização da estrutura política interna, e planos que permitam gradativa expansão do número de vagas e de bolsas e projetos de auxílio à permanência estudantil, sem que haja alterações na essência dos cursos fornecidos.
Outro aspecto importante é a articulação interna do movimento estudantil. É irrisório crer que, na atual conjuntura, a aliança operário-estudantil seja uma saída para o fortalecimento das lutas, se o próprio movimento estudantil é desconexo, desarticulado e, seguidas vezes, usado como artefato de correntes políticas (leia-se político-partidárias) às mais variadas em busca de interesses próprios e que não representam a realidade e o todo dos estudantes envolvidos. Esta é uma possibilidade que só se concretizará quando (e se) o movimento estudantil – e no nosso caso, o movimento estudantil da Unesp e da Fatec – for capaz de se articular internamente, abrir diálogo com os múltiplos ideários correntes envolvidos.
Não podemos mais ser reféns de nós mesmos! Enquanto segregarmos nossas bandeiras e metas, enquanto formos incapazes de reagir com respeito e tolerância diante de divergências ideológicas, ficaremos de braços amarrados diante dos interesses dominantes e dominadores, entraremos sempre em conflito entre os próprios setores revolucionários e seremos incapazes de redigir um parágrafo, realizar um ato ou organizar uma aliança com qualquer setor esquerdista – campesino, operário, docente, etc – sem que haja conflito e refluxo em nosso movimento.
Desta forma, compreendemos que a única chance que temos de lutar contra os ataques que hoje sofre a Universidade pública, e fazê-la caminhar no sentido de sua universalização, é a consolidação de um movimento estudantil forte, integrado e que respeite as múltiplas ideologias de esquerda, para que depois sim possamos unificar uma luta com setores revolucionários e combativos de fora da Universidade.


Campus Experimentais

Os campus experimentais da Unesp são e sempre foram uma falácia qualitativa, uma grande falcatrua funcional que serve para expandir vagas sem qualidade dentro da Unesp, visando promover o Governo Estadual do PSDB e algumas prefeituras do interior paulista. Este quadro está distante de uma mudança radical, e sua única possibilidade de mudança é pela consolidação destes campus, que por sua vez só é possível pela profunda alteração do Estatuto da Unesp.
Os campus experimentais vivem um universo à parte dentro da Unesp. Suas estruturas são falhas, sua falta de democracia e autonomia são ainda mais alarmantes do que nos campus consolidados, e a atual reitoria, que possivelmente se reelegerá, não aponta qualquer indício de que estas unidades caminhem para a consolidação.
Nossa proposta é pela estatutarização dos campus experimentais, e o caminho é unificação da luta dentro destes campus, com o apoio e a combatividade do DCE. E a mudança estatutária necessária a tal consolidação só será possível por intermédio de uma Assembléia Universitária.


Assina esta tese a direção do C.Ab’Sáber

Tese do Movimento A Plenos Pulmões (LER-QI e Independentes)


O futuro não virá por si só se não tomarmos medidas!

A “mão invisível regula a economia”, é o “fim da história”, o “capitalismo é o único regime possível”. Nos últimos meses, tais concepções vieram abaixo, deixando muitos professores universitários atônitos!
A economia mundial está em colapso, com epicentro nos EUA, o coração do capitalismo mundial. O desemprego lá já começa a aumentar, pessoas perdem suas casas e se endividam cada vez mais. Cada vez mais nos países, bancos e mais bancos vão à falência e os governos liberam bilhões e bilhões para salvá-los. Bilhões que saíram do bolso dos trabalhadores. Nos últimos dias o governo americano liberou uma soma de 700 bilhões de dólares para salvar banqueiros, enquanto os trabalhadores norte americanos continuam perdendo suas moradias!
O neoliberalismo com seus ataques a classe trabalhadora e também a financeirização da economia, formam os mecanismos utilizados pelos capitalistas para sair da última crise, na década de 70, e voltarem a lucrar. Porém, tais mecanismos acabaram por acelerar os elementos de degradação do sistema capitalista, ou seja, não se trata de uma simples crise do neoliberalismo, mas sim, uma crise do próprio sistema capitalista!
Até os analistas da burguesia comparam essa crise com a de 1929, cujas conseqüências foram enormes: revoluções, fascismo, a Segunda Guerra mundial (que acabou com a vida de cerca de 100 milhões de pessoas e destruiu 1/3 das forças produtivas do mundo).
Mas isso não significa que seja o fim do capitalismo ou que, mecanicamente, virá o socialismo. O capitalismo não cairá por si só, isso só ocorrerá se uma luta organizada derrubá-lo. Os capitalistas vão tentar sair dessa crise descarregando-a sobre as costas dos trabalhadores e da juventude. Seguem a velha máxima de privatizar os lucros e socializar as perdas! Desemprego, inflação dos produtos básicos, mais precarização para todos os níveis da educação, aumento da taxa de exploração e repressão são medidas que teremos que enfrentar.
Será um mundo cada vez mais instável e com mais lutas. Depois de levantamentos contra a fome em mais de 40 países, agora, acaba de ocorrer uma paralisação nacional na Bélgica por aumento de salários. No México há uma nova luta de professores exemplar, que no estado de Morelos lembra a Comuna de Oaxaca. Se na última crise econômica foram derrubados vários governos na América Latina, podemos esperar novas lutas e provavelmente num patamar superior.
Por isso, precisamos nos preparar para as grandes convulsões, transformando o perigo da crise em uma oportunidade. Analisar, debater e refletir sobre a crise é parte da tarefa preparatória para as próximas lutas na universidade e cada vez mais vai se colocar a necessidade da aliança estratégica com os trabalhadores.


Ideologia como transformação

A expansão da crise econômica, mundialmente, deixa claro que é sistêmica, os mesmos ideólogos que decretaram o fim das ideologias e a vitória do capitalismo, agora são obrigados a amenizarem seu discurso para um modelo keynesiano (de maior intervenção do Estado na economia).
Na universidade, desde o final dos anos 80, ocorreu um ataque ao marxismo, que resultou desde sua negação pela academia até a retirada de seu conteúdo transformador, tornando-o passivo.
É tarefa irremediável do movimento estudantil (ME) buscar retomar o marxismo na academia, lutando pela sua inclusão nas grades curriculares, e retomá-lo como ciência explicativa da realidade. O DCE, que esse ano já conseguiu minimamente em seus boletins e atividades de debates, contribuir para elevar a luta do ME ao patamar ideológico, deve junto às entidades estudantis de base intensificar essa tarefa, promovendo maiores debates sobre os temas mais candentes com os principais intelectuais, professores, estudantes e correntes da esquerda, mas também boletins e até se possível revistas de debates ideológicos, tornando a ideologia uma coisa viva para os estudantes.
Caso hoje, a realidade nos mostra que nem as ideologias neoliberais, nem os modelos keynesianos, muito menos a ideologia pós-moderna nos são úteis para compreender e transformar a realidade, devemos retomar o marxismo com essa tarefa, pois é a única ciência capaz de armar o ME para interpretar e responder às tarefas que as contradições da sociedade e da universidade colocarão cada vez mais.

E o como fica o Brasil?

O governo Lula segue dizendo que o Brasil não será afetado. Mas uma leitura mais atenta nos mostra um quadro bem diferente. Como somos uma semi-colônia cujas principais produções (etanol, petróleo, aço, soja) é diretamente ligada aos principais países imperialistas, é impossível “estar desligado” do restante do mundo. As bolsas, a desvalorização de 30% do real em dois meses, e as demissões que começam a ocorrer na zona franca de Manaus já nos mostram isso.
Vejamos qual era a situação do Brasil de Lula antes dos sintomas explícitos da crise. 90% dos empregos criados pagam no máximo 2 salários mínimos. Enquanto isso, as 500 maiores empresas detêm 64% do PIB nacional, uma das maiores concentrações de renda do planeta. Reforma da previdência, super-simples para retirar direitos de quase 50% da classe trabalhadora (com a ajuda do PSOL...!), terceirização, repressão no campo e na cidade, reforma universitária e tropas no Haiti para reprimir os negros a mando dos EUA.



Mas e agora com a crise, o que muda?

Como já dissemos, a burguesia despejará os prejuízos da crise sobre as costas dos trabalhadores. Portanto, as reformas neoliberais tendem a aumentar, assim como a repressão a todos os movimentos da classe trabalhadora, do povo pobre ou da juventude, como se mostra com relação ao ME e com os terceirizados da REVAP de São José dos Campos.
A burguesia brasileira quer “preparar o terreno” para tempos difíceis. Isso significa que para manter seus lucros, cada vez mais terão que cortar “gastos” como saúde, educação pública e programas sociais. Veremos também constantes demissões em massa e um aumento da exploração dentro das fábricas e empresas.
Os velhos discursos sobre combate a violência e ao trafico de drogas vão ser usados cada vez mais para reprimir e assassinar a juventude pobre e negra das periferias. No campo cada vez mais incentivo ao agronegócio em detrimento do pequeno camponês pobre e dos sem terras. Esse é o cenário mais evidente para o Brasil nos próximos tempos.
Nós também temos que nos preparar, nos posicionando ao lado da classe trabalhadora e do povo pobre, os únicos que com seus próprios métodos de luta podem dar uma resposta profunda contra esse sistema que tem levado a humanidade à barbárie e construir o socialismo!
Em cada luta no Brasil e no mundo devemos levantar bem alto a bandeira da Aliança operária-estudantil!

O que tudo isso tem haver com a universidade brasileira?

Nessa sociedade, a universidade cumpre o papel de formar os técnicos e intelectuais da burguesia. Não é a toa que, ao longo da história brasileira, a composição social da universidade, principalmente na pública, não tenha mudado muito. Para preservar a função da universidade, a burguesia constantemente precisa fazer as devidas reformas e mudanças que a deixem mais enquadrada na ótica do capital. Em períodos de crise, mudanças rápidas e bruscas vão precisar remodelar a universidade para o capital.
Vejamos como isso vem se dando na prática.
A Reforma Universitária e seu principal carro chefe nas universidades federais – O REUNI – exemplificam bem essa idéia. Fazem parte de um projeto mais amplo, defendido pelos principais organismos financeiros mundiais para colocar a universidade mais próxima do capital.
Com a crise econômica cada vez mais forte e afetando mais os bolsos dos capitalistas fica mais evidente a necessidade que eles terão de acelerar tais reformas.
Portanto, os estudantes também devem se preparar para tempos difíceis na universidade. A burocracia acadêmica (reitores e diretores), exercendo bem seu papel de braço direito do Governo e dos empresários, vai desferir seus ataques ao conjunto do ensino superior público brasileiro com mais voracidade. As Universidades Federais e também as universidades estaduais de São Paulo já provaram esse veneno, com o REUNI e os Decretos de Serra, respectivamente. Nesse ano, está vindo a Lei Paulista.
Em quase todas as universidades avançam as fundações privadas, as parcerias com empresas e pesquisas operacionais. Nas particulares, altas mensalidades para a juventude trabalhadora e cursos muito precarizados.
Nós, do Movimento A Plenos Pulmões e todos que assinam essa tese, defendemos a mobilização urgente contra todas as medidas privatizantes do ensino superior público. Por isso, apoiamos e saudamos todas as lutas do movimento estudantil (ME) no ano passado e nesse. O ME quebrou sua passividade e, muitas vezes, ultrapassou suas antigas direções e entidades burocráticas, como a UNE.
Porém, passado essas importantes lutas não podemos deixar de fazer um sincero balanço de nossos erros e acertos. Como já colocamos, o Governo Lula de fato atacou e continua a atacar a educação pública. O REUNI sem sombras de dúvida é um exemplo. Porém o governo preparou uma armadilha para o ME, pois colado a uma série de ataques, também proporcionou uma série de pequenas concessões que escondem tais ataques. Junto com privatização, parcerias público-privadas e precarização de direitos, vem um aumento mínimo de vagas em um país em que apenas 1% da população está na Universidade pública. Ainda que seja ínfimo, quando o movimento estudantil não se propõe a travar esse debate com o conjunto da população, é Lula que aparece para as massas como quem está democratizando a Universidade. O ME corretamente se colocou contra o REUNI, porém suas direções e entidades, como o PSOL e PSTU, não deram a tarefa de tentar tirar a bandeira de “mais vagas na universidade” das mãos do cinismo governista. O resultado foi que o ME ficou isolado do restante da população e não conseguiu impedir que o REUNI fosse aprovado. Sendo que muitas vezes foi taxado de elitista. Não achávamos que só de levantar essa bandeira o governo seria derrotado. A questão é que nem se deram a tarefa de travar tal embate e fazer com que um setor tirasse as lições dessa luta.
Defendemos a luta contra os ataques ao ensino público e nos colocamos incondicionalmente ao lado dos combativos estudantes, mas também dizemos bem alto: Não basta a defesa da universidade de hoje, elitista e racista! Por isso lutamos em defesa de uma universidade massiva, pública, gratuita, de qualidade, mas sempre ligando essa luta à estratégia de uma universidade a serviço da maioria da população, os trabalhadores e o povo pobre.
No estado de São Paulo, sabemos que uma luta séria pela estatização das universidades particulares garantiria vagas para todos os jovens que saem do ensino médio. Porém sabemos que essa bandeira não é uma realidade geral no Brasil e que também não resolverá totalmente o problema da qualidade da educação pública. Queremos então dialogar com estudantes de todo o Brasil para pensarmos medidas que garantam uma universidade de qualidade para todos, como por exemplo, o não pagamento das dívidas externa e interna e que tal verba seja destinada à educação pública, seja infantil, fundamental, médio e superior.

E como se dá isso na UNESP/ FATEC?

Na UNESP tal realidade não é diferente. A burocracia acadêmica e o governo querem continuar a seqüência de ataques. Começou coma proposta de criação da Unesp Zona Leste. Esse ano vem na forma do que chamam de PDI, Plano decenal de desenvolvimento institucional. O PDI é uma espécie de orientação curricular, administrativa e de pesquisa para a UNESP. O problema é que tal orientação prevê uma série de medidas privatizantes e que sucateiam ainda mais nossa universidade. Deixa caminho livre às terceirizações, ou seja, precarização dos trabalhadores da universidade. Defende um maior atrelamento com as fundações e empresas privadas. Também direcionam as pesquisas a se voltarem para os interesses do capital privado, e, para fechar com “chave de ouro”, combinado com a criação da UNIVESP (Universidade Virtual do Estado de São Paulo) já aprovada por DECRETO em 09/10/08, abre caminho para o ensino à distância. Você consegue imaginar um professor formado à distância ensinando uma criança?? Nem precisamos dizer quais serão os jovens que estudarão no Ead e pros filhos de qual classe eles darão aulas...
Todos esses ataques se iniciaram num contexto de relativa calmaria econômica. Como será a partir de agora com a crise? A perspectiva é de mais ataques à qualidade de ensino, mais repressão e aceleramento da privatização e terceirização nas universidades, ou seja, um exército de trabalhadores mal remunerados, superexplorados e sem os mínimos direitos trabalhistas.
Nesse Congresso, queremos discutir com todos os estudantes a gravidade dessa medida e a necessidade de seguirmos impulsionando a campanha contra o PDI. Nesse marco devemos lutar pela unificação dos funcionários efetivos e terceirizados para garantir a imediata incorporação destes últimos sem a necessidade de concurso público.
Em relação à FATEC o governo também vem reservando uma série de ataques. O principal deles é o fim do vínculo entre a UNESP e a FATEC. Essa é uma discussão que precisamos aprofundar no Congresso, mas que, em linhas gerais, podemos dizer que abre caminho para ainda mais transformar a FATEC em uma mera escola de técnicos do capital.
Precisamos preparar uma forte mobilização da UNESP e da FATEC, em conjunto, para barrar tais medidas. Nossa tese defende que para tal é preciso que façamos uma sólida aliança com os funcionários e os trabalhadores em geral, lutando na perspectiva de transformar a universidade.

AO LADO DOS TRABALHADORES, CONTRA A TERCEIRIZAÇÃO

A precarização e a terceirização desde algum tempo já são uma realidade em nossas universidades, cada vez mais aumenta setores de funcionários e professores que trabalham mais e recebem menos, e não tem os seus mínimos direitos garantidos. Enquanto setores da alta burocracia recebem mais de 10mil, há funcionários como os da faxina que recebem 400 reais.
É de primordial importância que o ME defenda esses trabalhadores, colocando como primeira exigência ABAIXO A TERCEIRIZAÇÂO. O DCE junto com as entidades de base deve promover uma pesquisa em todos os campi, para que tenhamos uma real noção das condições precárias desses trabalhadores, estudando justamente seus contratos (em alguns campi é comprovado que o valor gasto com a empresa daria para pagar salários dignos para os trabalhadores). A partir daí, organizar juntamente com os funcionários e professores, e seus sindicatos, uma campanha contra a precarização e a terceirização, desde abaixo assinados e apoio de intelectuais, até dias de paralisação. Não permitiremos que os trabalhadores respondam com suor a maior lucratividade capitalista!!!


Mas como a burocracia acadêmica consegue fazer isso?
O governo e os burocratas acadêmicos têm um mecanismo muito forte para seus ataques: A estrutura de poder antidemocrática da universidade!
Em nossa universidade todos os órgãos colegiados, incluindo o maior deles -o Conselho Universitário- e também a eleição para a reitoria, seguem a proporção onde professores (cerca de 7.000 na UNESP) significam 70% dos votos, os funcionários (15.000) significam 15% e os estudantes (cerca de 40.000) apenas 15% também. Essa é a matemática da burocracia acadêmica!
No caso da escolha de nosso reitor ainda é preciso que o governador tenha a palavra final.
Como podemos ver essa estrutura totalmente autoritária e antidemocrática é uma arma e tanto nas mãos daqueles que querem nos atacar. Dessa maneira os burocratas aprovam todas as medidas que desejam. É por isso que quando lutamos contra as medidas de ataque, também devemos lutar contra as armas com que os burocratas contam para desferir seus golpes. Se lembrarmos, veremos que até na época da revolução francesa (1789) a reivindicação já era: um voto por cabeça!
Defendemos o governo tripartite com maioria estudantil, ou seja, um voto por cabeça, achamos que somente a democracia direta pode ser a saída para o período de transição para outro projeto de universidade e a maneira de romper com a ditadura docente. É preciso desde já lutar pela transformação dessa estrutura ultrapassada e enterrar os engravatados! Contra os burocratas, com os trabalhadores!

Qual universidade queremos?

Achamos muito progressivo o CEUF ter como tema “Da universidade que temos à universidade que queremos”. Pois como dizemos por toda a nossa tese, não basta lutar apenas contra os ataques, é preciso que pensemos como colocar a universidade e o conhecimento nela produzido a serviço das necessidades da maioria. Para tal, as lutas pela permanência estudantil (moradias, bolsas e incentivos) e as lutas pela democratização do acesso à universidade combinadas com a transformação do caráter de classe da universidade atual são essenciais para que a juventude da periferia possa se manter na Unesp.
Sabemos que não é uma tarefa nem um pouco fácil. Por isso mesmo, defendemos que precisamos nos organizar e também extrair as lições de nossos erros nas últimas lutas. É preciso mais do que nunca que nos unifiquemos e que busquemos fortalecer uma aliança com todos os setores em luta da classe trabalhadora.

Avançar na reorganização do M.E: tirar as lições desse modelo do DCE e construir entidades de base combativas!
Sem dúvida alguma, refletir sobre o processo de reorganização no movimento estudantil é essencial para pensar em como iremos construir nosso DCE e quais são as tarefas que temos. Após longos anos com o DCE da Unesp/Fatec na mão da burocracia estudantil, acreditamos que esse ano, demos passos importantes para a reconstrução desse instrumento. Não achamos que a reconstrução de uma entidade como a nossa, que deve ser construída no estado de São Paulo inteiro em mais de 30 cidades, se dará da noite para o dia. Enquanto membros do DCE, achamos que levamos importantes tarefas junto com os outros delegados: soltamos um boletim e um vídeo procurando dialogar e transmitir as lições do ano passado aos estudantes que chegavam, participamos do 1º de maio classista em São Paulo, procuramos organizar a luta contra o PDI e o Ead, participamos sem sectarismo, mas travando um embate político no Encontro Nacional dos Estudantes e procuramos fazer dos CEEUFs e das reuniões do DCE espaços que de fato armassem os estudantes e que elevassem o debate no movimento estudantil. Porém, tudo isso está longe de ser o que necessitamos, pois nossos desafios são enormes. E por isso é preciso também fazer um balanço sincero dos erros e dificuldades para avançarmos. Não temos problemas, enquanto a única corrente que se propôs a construir o DCE e que deu todos seus pequenos, mas sinceros esforços em construir os espaços estudantis esse ano, em expor os erros e contradições desse processo. Pelo contrário, achamos que esses debates são cruciais e somente nos fazem avançar.
Ao contrário dos que pouco colaboraram nesse processo de reorganização gostam de dizer, não está na estrutura do DCE nossos grandes problemas. Seja por esse modelo, ou seja por um “DCE por chapas”, somente com fortes entidades de base combativas será possível que as linhas políticas, campanhas e ações deliberadas pelo DCE (e pelo CEEUF!) transformem-se em concretude nos campi Mais do que nunca é necessário retomar essa discussão nos campi e construir entidades que superem o imobilismo atual e que ajudem no processo de rompimento com a lógica corporativa e reformista tão fortemente arraigada nas entidades de base. Se por um lado, o DCE não foi um exemplo de entidade militante para as entidades de base por não ter conseguido encampar todas as tarefas deliberadas, por outro, isso só seria possível com fortes entidades de base que levem essas tarefas adiantes em conjunto com o DCE. Sem fortes entidades militantes, não temos um trabalho de base cotidiano para que se garantam as discussões centrais no dia-a-dia, estudantes com uma disciplina militante necessária para a construção do DCE, entidades que de fato apontem para a construção de militantes que encarem a necessidade de somar esforços na construção de um movimento estudantil que dispute ideologicamente a universidade. Essas tarefas nem o modelo atual do DCE nem o outro podem propiciar para o conjunto dos estudantes da Unesp. Desconsiderar nessa análise a geografia de nossa universidade é uma premissa para uma análise equivocada de nossa estrutura.
Infelizmente, depois da aprovação desse modelo, os companheiros de TODAS as correntes políticas que atuam no movimento da Unesp, PC do B, PT, PSTU, Negação da Negação e POR boicotaram esse modelo e não deram o peso político que podiam dar para os conselhos de entidades. Dos governistas de fato nada esperávamos. Mas campus como Araraquara e Prudente, locais importantes da luta do ano passado, infelizmente não tiveram delegados tirados. Na nossa opinião isso apenas atrasa a experiência e o processo de síntese que o movimento de conjunto deve chegar com esse modelo. Não somos fetichistas dele e achamos que algumas transformações estruturais devem ser feitas para aperfeiçoá-lo. Agora, centrar nele o refluxo do ME e as dificuldades para a organização da luta contra o PDI e a Univesp e descontextualizá-lo historicamente de um momento de refluxo no ME de conjunto, ou se trata de um erro político muito grotesco (o que sinceramente não acreditamos no caso das correntes anti-governistas) ou de um oportunismo que não nos leva a nada. Se o nosso problema central é o DCE, porque não temos lutas locais massivas nos campi? Por que as entidades de base não atropelam o DCE? Por que em 2003, 2005 os estudantes da Unesp atropelaram o DCE e o ano passado, sem DCE, organizaram um movimento massivo? Por que, diferentemente das gestões anteriores, esse DCE está longe da burocracia e de uma camada de militantes profissionalizados que traíam cotidianamente as greves, que denunciavam os lutadores e que só serviam para atravancar o movimento?
Para nós alguns elementos precisam sim ser afinados. Antes de qualquer coisa, os delegados precisam levar as tarefas delegadas a estes até o final. Faltou compromisso militante em alguns momentos, reflexo da adaptação ao novo modelo e de inexperiência, incompatível com um DCE que exigia e exige uma disciplina militante muito grande. Outro aspecto importante é a relação DCE e membros dos órgãos colegiados, precisamos aperfeiçoar tal relação. O processo de tiragem de delegados do DCE, que deverá se dar novamente nesse ano, tem que tirar as lições da primeira eleição. Deve se dar em cima de uma discussão programática por parte dos delegados muito maior e muito forte. Propomos também a abertura da discussão entre os campi, e que construamos programas unificados entre os delegados que serão eleitos em cada campi que apontem para as tarefas necessárias na construção de um movimento combativo na Unesp. Nós da APP, composta por militantes da LER-QI e independentes, chamamos os companheiros a já abrirem essa discussão, e debatermos como construir uma forte corrente na Unesp, de delegados que apresentem um programa que responda a todas as contradições dessa universidade elitista, que dialogue com a classe trabalhadora e com o povo pobre, que encampe a luta dos terceirizados como sua, que pense como avançar na luta ideológica na academia, e que tenha um forte compromisso militante para seguir adiante a reconstrução do DCE da Unesp e Fatec .


Assine essa tese e construa o Movimento A Plenos Pulmões!
Nós, estudantes militantes do Movimento A Plenos Pulmões e independentes, convidamos a todos, que frente aos desafios que estão colocados e os que se aproximam, a se dar ao desafio de romper com o ME de militância petista, que se caracteriza pelo sindicalismo estudantil, pelo ativismo, pela ausência de teoria de debates estratégicos, que se limita aos assuntos da torre de marfim das universidades, rejeitando os novos ataques, mas resultando na defesa da universidade como ela é, elitista, racista e a serviço do capital. Convidamos aqueles que querem se dar a tarefa de construir um movimento estudantil auto organizado, anticapitalista, marxista pro-operário, preparado para encarar os atuais desafios e se preparar para os que estão por vir, a assinar essa tese e construir junto conosco o Movimento A Plenos Pulmões.
http://www.movplenospulmoes.org/
CONTATO: movplenospulmoes@gmail.com
Assinam essa tese até o momento:
Francisco Nery (Curió) – Biologia - Rio Claro
Bárbara Della Torre (Babi) - Biologia - Rio Claro
Vinicius Spinelli ( Nemo) – História – Franca
Larissa Zambelli – Direito – Franca
Rafael Borges – Direito – Franca
Leandro Guanais (Che) – História - Franca
Natalia Mantovan – Jornalismo – Bauru
Lívia Berdu – Serviço Social – Franca
Tássia Arceno - Serviço Social – Franca
Eduardo Dias – Ciências Sociais – Marília
Ana Paula – Filosofia – Marília
Luis Henrique – Ciências Sociais – Araraquara
Helena Janólio – História - Franca
Lucas Bigode – Biologia – Rio Claro
Ariane Mendonça - Ciências Sociais - Marília
Daniel - Ciências Sociais - Marília

Contribuição ao CEUF - Juventude Revolução



O Socialismo Vive!
Quem disse que o socialismo estava morto? A crise mundial tem mostrado qual a verdadeira face do capitalismo. Enquanto bilhões de dólares são retirados do dinheiro público de trabalhadores de todo o mundo para salvar os capitalistas, uma grande recessão econômica se inicia, e quem pagará essa conta é classe trabalhadora e a juventude. O que se coloca é o socialismo para os ricos e capitalismo para os trabalhadores.
Mas nada está perdido, a luta pode mudar a vida, e impedir que a fome, o desemprego, e as guerras se espalhem ainda mais. É necessário ligar o combate por educação de qualidade para todos, à batalha junto com os trabalhadores para o fim do capitalismo.
Após a queda do muro de Berlim, os capitalistas diziam que agora o mundo entrava numa nova era de progresso, e declarava o capitalismo como o sistema natural da evolução. Nada mais falso!
No mundo de hoje um vento revolucionário sopra na América Latina. Em todos os lugares o sentimento popular é de mudança, de construção de uma sociedade diferente da atual. A revolução em curso na Bolívia e na Venezuela faz os governos desses países se chocarem com o imperialismo e estatizarem recursos naturais, fábricas e bancos, e tem demolido os argumentos daqueles que diziam que o socialismo estava morto e que não existia mais luta de classes.
No Paraguai, se coloca em questão o acordo hidrelétrico binacional da Usina Itaipu. A juventude chilena luta em defesa do passe livre nacional. O povo mexicano se mobiliza de forma extraordinária contra a privatização da PEMEX.
No restante do mundo vemos um grande repúdio à guerra de Bush, que cada vez mais quer destruir nações e povos que enfrentam o imperialismo e que possuem riquezas naturais. Há uma diretiva da União Européia que busca impor jornadas de mais de 60 horas semanais na Espanha e em outros países europeus. A juventude não está parada! Respondemos com mobilizações aos ataques do Imperialismo.
· Viva a Revolução na Venezuela, na América Latina e em todo o mundo!
· Fora Tropas Brasileiras do Haiti!

Lutar por um governo em aliança com o povo!
No Brasil uma maré vermelha elegeu Lula, do Partido dos Trabalhadores, para mudar o Brasil. Mas em vez de governar para a juventude e para os trabalhadores, Lula preferiu o governo de coalizão, compondo uma ampla aliança com os partidos da burguesia (PMDB, PTB, PR, PV, PRB, PDT). É impossível atender os interesses da maioria do povo, quando as mesmas raposas de sempre tem postos-chave em Brasília.
E a conseqüência dessa política é o Plano de Aceleração Econômica (PAC), que transforma o Brasil numa imensa plataforma de exportação agro-mineral, prevê investimentos públicos nas construções de estradas, ferrovias, portos, usinas hidrelétricas, etc., para depois serem privatizadas! Engessa o reajuste do salário mínimo até 2023, estabelece medidas de privatização do INSS e da Previdência Social, e ainda cria inúmeras isenções de impostos aos grandes empresários! E tenta manobrar para a criação da nova estatal para explorar o Pré-Sal, que na verdade é a criação de uma agência reguladora para leiloar a extração aos capitalistas.
E é nesse sentido que segue o acordo do Etanol entre Lula e Bush, ajudando ainda mais o latifúndio e voltando aos tempos da monocultura, em detrimento da luta pela terra. Na mesma linha vem o projeto de transposição do Rio São Francisco, que beneficiará os latifundiários e grandes empresas em detrimento das comunidades ribeirinhas. Até a Amazônia já está sendo vendida: A Lei de Gestão de Florestas Públicas, sancionada pelo Lula, é na verdade a privatização de parte da floresta Amazônica. A Amazônia é nossa! Não à privatização
Lula paga anualmente cerca de R$ 175 bilhões só de juros da divida pública. Se esse dinheiro fosse usado para o povo, aí sim poderíamos começar um verdadeiro crescimento!
E o governo federal insiste em dizer que o Brasil está blindado à crise, mas na vida real os preços já começaram a subir, o crédito despenca e os juros vão às alturas. O fantasma do desemprego começa a bater na porta da classe operária. Bilhões são colados para salvar os bancos e tentar tirar o Brasil da crise econômica, uma crise que é sem precedentes na história.
Milhões de brasileiros elegeram o Lula e o PT contra as privatizações e por mudanças na vida do povo trabalhador. Para nós deveria ser justamente nessa força que Lula e o PT deveriam se apoiar para governar. Assim poderíamos enfrentar a burguesia e avançar nas nossas reivindicações, avançar numa transformação revolucionária e socialista no Brasil. Só um programa socialista pode trazer o verdadeiro desenvolvimento que o povo precisa, com medidas como a planificação da economia, com a nacionalização dos principais meios de produção, reestatização das estatais privatizadas, reforma agrária, aumento real dos salários. A aliança do governo tem que ser com o povo e suas organizações, abrindo o caminho para o Socialismo.

E em São Paulo...
Se no cenário nacional não houve atendimento das reivindicações da juventude e dos trabalhadores, no Governo do Estadual a situação é de total descaso com os 14 anos de poder do PSDB/DEMO.
É necessária também a unidade para as difíceis lutas que temos contra o sucateamento de toda a educação pública, unidade que deve ser construída junto a outros setores do funcionalismo estadual, como os professores e servidores que estejam na luta para derrubar a Reforma da Previdência do Serra e avançar nas condições e qualidade da educação pública no estado. O que vemos é a criminalização dos Movimentos Sociais, perseguição aos companheiros do MST e pelos sem-teto, Serra quer regularizar as terras griladas no Pontal do Paranapanema, um escândalo! O Governo estadual persegue também na Unesp com abertura de processos de sindicância contra militantes do Movimento Estudantil que estão na luta pela melhoria da educação, com a polícia invadindo os campi, como ocorreu ano passado em Araraquara, FSA e na USP São Francisco em que a tropa de choque foi acionada para acabar com as ocupações. Total truculência por parte do Serra. Desprezamos qualquer tipo de repressão! Temos o direito de nos expressar! Exigimos o fim das perseguições políticas!

Lutar por vagas para todos nas Públicas!
Vagas para todos nas universidades públicas já! Essa deve ser a verdadeira luta. Se tivéssemos de fato Universidade para todos, precisaríamos de cotas? De PROUNI? De isenção fiscal aos empresários da Educação? Não! Para nós, temos que retomar a bandeira histórica do Movimento Estudantil: Universalização do Ensino Público e Fim do Ensino Pago!
Com as cotas, uma mínima parcela de negros e brancos pobre entrará na universidade, enquanto que a gigante maioria continuará excluída da educação! Além de não criar uma só nova vaga, as cotas acabam dividindo os estudantes em “cores”, “raças”, e “etnias”. Para nós a única divisão existente, são as classes sociais, e é ela a causadora de toda exclusão e injustiça. Lutamos pra abrir novas vagas, e não dividir as existentes, nosso combate é por igualdade e vagas para todos!O capitalismo o responsável pela falta de vagas nas universidades públicas, pela divisão, pelo racismo, pela exclusão dos negros nas Universidades! E Cotas não é a solução! A juventude quer inteiro! Quer para todos!
Os empresários da educação estão nadando em dinheiro. Lucram com a falta de vagas no ensino público, e ainda recebem a ajuda generosa do governo! O Programa de Financiamento Estudantil (FIES) é um dinheirão que poderia servir para abrir novas vagas nas federais, mas é usado para garantir que o estudante pague para estudar! Os jovens saem da universidade já com dívidas para quitar.
O PROUNI isenta os impostos dos capitalistas da educação, e ainda destina milhões para o bolso deles, um “negócio da China”. Sem o PROUNI e o FIES os donos das faculdades privadas teriam salas vazias e impostos para pagar. O Dinheiro público esta indo para as instituições privadas, enquanto que as públicas ficam a ver navios.
Enquanto isso todo o dinheiro do PROUNI e do FIES poderia criar muito mais vagas nas públicas do que se cria nas pagas!
Vagas para todos é a verdadeira bandeira que o Movimento Estudantil tem que levantar!

Combater a destruição da Universidade Pública e lutar por mais verbas!
A grande angústia dos estudantes que saem do ensino médio é se deparar com a dura realidade de não existir vagas para todos. A maioria fica de fora do ensino superior, e os que continuam estudando são obrigados a irem para o ensino pago. Por isso lutamos pelo fim do vestibular, por vagas para todos na Universidade Pública e de qualidade. Não aceitamos saídas como concessões ao ensino privado e cotas.
Vários ataques vêm se desenvolvendo contra a educação. A Reforma Universitária vem aos poucos acontecendo e abrindo o caminho para a privatização. A lei de Inovação Tecnológica tem privatizado as pesquisas e a ciência, que passa a ser determinada de acordo com os interesses comerciais de empresas.
A autonomia universitária, que já era garantida em lei, tem se tornado a autonomia financeira, que leva as universidades viverem de recursos oriundos de convênios com empresas, de PPP’s (Parcerias Público-Privadas) e de privatizações. Já são centenas de Fundações Privadas dentro de nossas universidades, que servem como verdadeiras agências de captação de recursos na iniciativa privada, através da venda da ciência, da pesquisa e do espaço público.
A extinção de carreiras como seguranças, jardineiros, secretários, etc. têm praticamente dizimado os servidores técnicos, e aberto o caminho para as terceirizações e precarizações.
A luta contra a destruição da qualidade de ensino tem que voltar a ser prática cotidiana do Movimento Estudantil! Que deve construir cada ocupação de Reitoria exigindo ampliação de vagas, contra os decretos do Serra em vigor, a revogação do REUNI (projeto que aumenta o nº de alunos sem investir proporcionalmente em estrutura e contratação de professores e servidores – o resultado é sala lotada e queda da qualidade, transformando as universidades em meras fábricas de diplomas).
Temos ainda a prova do ENADE, que se trata de uma avaliação imposta, que avalia somente os estudantes, para depois responsabilizá-los da situação da educação. Além de ranquear com o critério mercantilista de produção, o exame tem servido somente de marketing para os empresários da educação. O boicote a essa prova tem que ser amplamente construído na Unesp e Fatec.

Lutar por Assitência Estudantil!
Passe-Livre para o estudante poder estudar! O acesso a educação passa necessáriamente pelo transporte até a Universidade, como podemos ter que pagar para poder chegar à faculdade? Além do mais, a educação não se dá apenas na sala de aula, precisamos de Passe-Livre também para as atividades extra-classe, de lazer e de cultura. O ME da Unesp e Fatec deve ser um ponto de apoio para a construção de comitês pelo Passe-livre estudantil nas cidades em que estão instalados os campi. Em Cuiabá-MT, os estudantes não pagam ônibus inclusive os universitários, que foram pontos de apoio para os secundaristas na luta.
A assistência estudantil é praticamente inexistente. Como podemos estudar se não temos Restaurantes Universitários, e os que existem, ou já são privados, ou estão sucateados? Não temos moradia, e nos lugares onde existem o número de vagas é absolutamente incapaz de cobrir a demanda. Não temos bolsas de pesquisa em quantidade suficiente e o acesso aos espaços da universidade, como teatro e alojamento para eventos estudantis, se burocratizaram.
Não aceitamos uma reforma na educação que é a conseqüência da falta de dinheiro público! Sabemos que os recursos existem para uma Universidade por inteiro e não pela metade! A única Reforma aceita seria a que destinasse todos os recursos necessários para educação, moradia, alimentação, assistência médica, e bolsas de pesquisa e auxílio ao estudante, às aulas de campo e para pesquisa e extensão!

Mais uma vez em São Paulo...
A educação superior pública paulista vem sofrendo sucessivos ataques pelos 14 anos que Covas/ Alckmin/ Lembo/ Serra estão à frente do Governo, que iludem a população com o discurso eleitoreiro da expansão de vagas na Educação Estadual Superior, mas não diz que quando expandiu a Unesp, Fatec’s, Usp Leste e pretende ampliar a Unicamp com o campus de Limeira; não houve uma garantia definitiva de dotação orçamentária para a carência financeira dessa expansão, o que deixa a qualidade de ensino ao marasmo e sacrifica ainda mais os estudantes.
Somos pela expansão da Universidade Pública, Gratuita e de Qualidade para todos, mas com garantia orçamentária e não como está expansão irresponsável que visa sucatear as nossas Universidades, na qual podemos observar no dia a dia: a carência de professores em regime integral, falta de assistência estudantil plena, fazendo com que muitos abandonem a universidade por falta de auxilio, lembrando que não se trata de migalhas, mas sim, obrigação da Universidade manter o aluno no ensino. Não basta criar vagas, tem que haver qualidade de ensino, pesquisa e extensão!
É preciso a imediata REVOGAÇÃO dos decretos do Serra que atacam a educação! As Universidades Públicas devem gozar de uma verdadeira autonomia didático - científica, bem como do investimento público necessário para a manutenção do Ensino Público POR DIREITO, e não por privilégio. Como reflexo da negligência quando se trata de repasse de verbas às Universidades Públicas. Verba pública apenas para ensino público! E ensino público apenas com verba pública!
Serra já deu algumas retroagidas, isso graças as nossas mobilizações, greves, ocupações de 2007, mas é preciso lutar, para a revogação de todos os decretos, e desse modo ampliar o acesso da juventude à universidade. Não podemos aceitar que educação a distância seja colocada como salvação do acesso à educação.

Fatec...Serra tenta quebrar o vínculo entre a Unesp e a Fatec sem qualquer discussão na comunidade acadêmica, deixando a Fatec vinculada a Secretaria de Desenvolvimento Econômico. O vínculo foi criado conjuntamente com a fundação da Unesp, sendo histórica a defesa do vínculo acadêmico entre Unesp e Fatec por parte do movimento estudantil, dos professores e funcionários, pois é o vínculo que garante que os cursos da Fatec sejam reconhecidos como de nível superior e de graduação, respaldados e autorizados por uma universidade, com diplomas assinados pelo reitor da Unesp ( que está enrolando para assinar os diplomas), sendo que qualquer novo curso criado nas Fatec’s deve ter a autorização do Conselho Universitário da Unesp, (mas o CO tem acatado sem qualquer discussão os indicativos do Centro Paula Souza – CEETEPS), e ainda o cumprimento de que as Fatec’s sejam centros de excelência, bem como uma carga horária maior.
Os governos PSDB/PFL há tempos tentam acabar com esse vínculo para sucatear a Fatec, abrir ainda mais as portas para a privatização da educação e avançar ainda mais no irresponsável processo de expansão de vagas, para abrir portas aos cursos seqüenciais, para extinguir a sua autonomia universitária, que é garantida pelo vínculo, desse modo estão a deriva da sorte. Devemos lutar para que a Fatec esteja atrelada a Unesp, e pelo aprofundamento de fato do vínculo, pela qualidade do ensino e por uma assistência estudantil na Fatec.
A unidade do movimento estudantil UNESP e FATEC é o instrumento de luta dos estudantes de preservação e aprofundamento do vínculo acadêmico entre UNESP e FATEC e para as conquistas de qualidade e assistência estudantil. Que a Encampação da Fatec pela Unesp se enraíze na pauta de reivindicações estudantis da Unesp/Fatec.

Campus Experimental...
Desde 2002, a partir da implantação de novos cursos em campi já existentes, e a criação da unidade de São Vicente, o que se viu foi a disparada expansão inconseqüente, sem a devida preocupação com a qualidade, que segue a inclinação do sucateamento a que tende o restante do ensino público.
Em 2003, como se não bastasse a proeza, lida acima, a reitoria, seguindo os passos da "brilhante" idéia do ex-governador Alckmin de desmoronar com o ensino público superior estadual, continuou expandindo vagas irresponsavelmente e instalou 07 novos campi – conhecidos como Unidades Diferenciadas (UDs), hoje chamados Campi Experimentais – além de mais novos cursos nas unidades já consolidadas. Isso é bom? Isso SERIA bom, se o ensino público recebesse maior atenção do governo em termos de garantia de aumento orçamentário no repasse para as Universidades! Somos pela democratização do ensino público de qualidade!
O que caracteriza essas unidades, estatutariamente, é, principalmente, o convênio com as respectivas prefeituras dos municípios e a origem dos recursos destinados a elas. No início da expansão, os recursos financeiros foram através de uma extra-quota liberada pelo Estado, concedido por apenas 2 anos. Atualmente as circunstâncias são agravantes. Não houve aumento no repasse da LDO! Em conseqüência a esse fato, alunos continuam ingressando nos cursos e se deparam com tais problemas de infra-estrutura, ausência e precariedade dos laboratórios nas unidades, obras inacabadas, contratação de professores substitutos ao invés de professores integrais, as orientações no desenvolvimento de projetos e pesquisas ficam comprometidas.
Cinco anos após a instauração dos Campi Experimentais, os estudantes se vêem sem garantia de consolidação! E, além, disso, unidades passíveis de extinção! Os CEs não estão inclusos de forma definitiva no Estatuto da Unesp, como o próprio nome afirma. Não podemos admitir isso. Queremos uma universidade que dê garantias!

Conselho Universitário...
Ainda estamos sem representantes discentes eleitos em alguns campi para o Conselho Universitário (CO) e outros espaços de decisão, porém a burocracia tenta impedir que os estudantes ocupem esses espaços, e é necessário ocuparmos estes espaços, como meio de captação de informação e preparar a defesa dos ataques que são proferidos à Universidade, sem ter a ilusão de que ganharemos ou teremos algumas propostas aprovadas, por isso, que reivindicamos ainda a democracia nos órgãos colegiados, é inaceitável o atual formato desses órgãos, onde o poder de decisão concentra-se nas mãos dos professores, tendo eles 70% das cadeiras, os funcionários 15% e os estudantes 15%. Somos pela paridade! Todos unespianos e fatecanos devem estar nos Órgãos Colegiados com o mesmo poder de voto! Sofremos todos os mesmos ataques! Paridade nos conselhos e nas eleições universitárias!

DCE para a luta...
Com a diretoria do DCE, agora horizontalizado, os diretores passam a ser "revogáveis", numa tentativa de "democratizar" a entidade. Não enxergamos essa solução como apropriada, uma vez que divide ainda mais o Movimento Estudantil. Não precisamos de um diretor em cada campus, para isso já existem os DAs e CAs, mas sim de UNIDADE entre os campi e o movimento! Por exemplo: não é justo um aluno da Unesp de Bauru não pode eleger um diretor de DCE que seja de outro campus, seja da Unesp ou Fatec, ou caso o diretor de um outro campus não cumpra seu papel, como estudantes de outros campi vão destituí-lo? O diretor do DCE continuará respondendo por todos os estudantes da Unesp e Fatec. O DCE é para representar todos, e não apenas um campus. A diretoria de DCE tem que ser unida e participativa. Tem que haver uma linha política que seja respaldada pelos estudantes! As eleições de DCE devem ser realizadas pelos delegados no CEUF. Tem menos perigo de dividir a gestão e é mais democrático. Precisamos de eleição majoritária e congressual! Queremos um DCE unido, participativo e que esteja ao lado dos estudantes.

O lugar do DCE, da UEE-SP, da UNE e do Movimento Estudantil...
Deve ser na linha de frente da trincheira das lutas que os estudantes e jovens devem estar. Sabemos que é possível que cada jovem brasileiro tenha ensino público de qualidade, verdadeiro emprego, acesso à cultura e lazer. Sabemos que para isso é necessária a mais ampla unidade do movimento estudantil, que a UNE, a UEE-SP e o DCE ocupem seu lugar à frente! Contra a divisão no movimento estudantil! Em defesa da independência total da UNE, UEE-SP e do DCE frente ao governo e reitorias! Por uma UNE, UEE-SP e DCE na luta pelas reivindicações! Uma UNE solidária com as lutas da classe trabalhadora no Brasil e no Mundo! Para que nossas entidades ajudem a combater por uma sociedade socialista sem explorados ou exploradores! Não podemos confundir a UNE e a UEE-SP com suas direções majoritárias pelegas!!

Diante desses ataques à educação pública, aos estudantes e trabalhadores; temos que nos mobilizar e lutar pelas melhorias, qualidade, por uma autonomia de fato e vagas para todos no ensino público. É momento de superarmos mais essas dificuldades e nos armarmos para os combates que temos pela frente, lutar pela revolução socialista. Chamamos a unidade de todos para as difíceis lutas que temos contra o sucateamento de toda a educação pública. SOMENTE COM MOBILIZAÇÃO QUE AVANÇAREMOS PARA A CONSTRUÇÃO DE UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA, GRATUITA E DE QUALIDADE PARA TODOS.

Primeiros que assinam: Roberta Ninin (Unesp-IA), Débora Cavalheiro (Fatec-SP), Rodrigo (Unesp/Rosana)...

Venha fazer parte dessa luta, entre em contato: contato@revolucao.org
http://www.revolucao.org/ - http://www.marxismo.org.br/